A aceitação silenciosa pode parecer uma solução muito passiva, no entanto, ela pode ser uma das chaves para o sucesso na vida. Pois, o fracasso, na verdade, não é tão grande quanto imaginamos. Temos a tendência de supervalorizar as coisas, e achamos que elas são do tamanho do mundo. A realidade, porém, nem sempre é tão grave.
Um problema – de muita gravidade para quem está enfrentando – pode ser normal para outros. Um erro – imperdoável e desonroso para quem cometeu – pode ser trivial para outros. Assim, muito escândalo e drama são feitos por quem está vivendo o problema, o que acaba aumentando ainda mais as aflições e os sofrimentos. É isso o que ocorre comumente na vida real.
Numa situação assim, procure observar a si mesmo com uma certa distância. Procure analisar quantos podem estar vivendo situações semelhantes. Assim, poderá perceber que, o que era um problema enorme para si não tem uma dimensão real, e que, na verdade, era você quem o transformava num monstro. Embora esta maneira de enfrentar o fracasso possa parecer muito passiva, não podemos deixar de reconhecer seu valor em diversas situações da vida. O mundo não age como queremos.
Não é possível manipular os pensamentos alheios de modo a fazer com que todos ajam conforme o meu desejo. Esta incapacidade poderia ser interpretada como um fracasso individual, mas é fundamental sermos realistas e analisar objetivamente as nossas possibilidades.
Portanto, esta não é, em absoluto, uma idéia passiva. Na verdade, esta personalidade descontraída é muito eficaz para combater as aflições e as agonias da vida.
Se esforce para ser mais despreocupado(a)
Observem os sofredores. São geralmente sensíveis e preocupados. Vivem aflitos, num círculo vicioso, falando sempre a mesma coisa. Em suma, não são descontraídos, soltos. Num certo sentido, são obsessivos. É esta personalidade que gera as aflições, no entanto, eles preferem culpar os outros, o que é um grande erro.
É este o alerta que faço quando digo que “duas pessoas, embora sob iguais circunstâncias, pensam e agem de maneiras diversas”. E digo mais: “Talvez você pense estar enfrentando um grande problema, mas se fosse uma outra pessoa o problema teria outra dimensão. Por exemplo, se fosse um Espírito Superior, ou eu mesmo, as conseqüências deste mesmo problema seriam bem diferentes”.
As conseqüências não são decorrências diretas do problema em si. Mesmo o estado do coração não é um fruto imediato do problema. Tudo é fruto da pessoa, e depende muito da personalidade de cada um. Portanto, digo àqueles que desejam eliminar as aflições que elas não precisam ser eliminadas; basta não produzi-las, pois são vocês que as produzem.
Um fracasso na vida pode se transformar em sofrimento de dez anos para uma pessoa, se ela continuar se amargurando por todo esse tempo; o mesmo fracasso pode encerrar em um ou dois dias, se ela for despreocupada.
Quem assumiria as responsabilidades daquelas conseqüências? De quem seria a culpa, se ela se magoou em função das palavras rudes e sofreu por dez anos? Daquele que a magoou, ou dela mesma? Por mais que o outro estivesse errado, foi ela quem guardou a mágoa por tanto tempo. Se quisesse, ela poderia ter esquecido.
Quero que guardem bem no coração: “O criador da agonia somos nós mesmos. Se você tem a tendência de se amargurar, não fique racionalizando; faça primeiramente uma análise da sua própria personalidade. Se concluir que é do tipo que se angustia facilmente, tome a decisão de mudar sua personalidade e se tornar uma pessoa mais desapegada e despreocupada. A decisão é o primeiro passo da mudança.
Tendo no coração o desejo de mudar e de adquirir uma personalidade livre e descontraída, aos poucos, você conseguirá. Se, ao invés disso, sentir-se vítima da perseguição e alvo das críticas alheias pelos erros do passado, jamais conseguirá libertar-se.
Descontraia-se. Uma vez descontraído, há duas posturas fundamentais que você deve assumir. Primeiramente, transforme aquele fracasso em lições de vida. Depois, acredite que aquele fracasso é o início de uma grande guinada na vida. Pense que haverá uma nova chance, melhor que a primeira
Deixe um comentário